Nesta semana conferi, aqui em Porto Alegre, o show 30 Anos de Bethânia, com o ator Antônio Carlos Falcão. Como diz o título, faz três décadas que o Falcão mais que imita - "recebe", recria e homenageia - Maria Bethânia nos palcos gaúchos. A Bethânia do sul teria nascido em Bagé, mas, ao perceber que desde o berço era cercada por mariscos e moluscos, seguiu a pé, em peregrinação, até Santo Amaro da Purificação, em busca de suas outras raízes. Impagável também é a imitação que o Falcão faz de Chico Buarque, vestido de Bethânia. Reparem as performances nos dois vídeos abaixo, uma como Bethânia, a outra como Chico em roupas da deusa. O Falcão é genial.
Terceira Casa?
No mapa astral, a Terceira Casa é o setor das comunicações e expressões,
textos, falas e pensamentos. Sobre o quê? Sobre si mesmo, sobre o mundo ao
redor, sobre tudo. É isso aqui.
sábado, 21 de janeiro de 2012
Valeu a espera
Um ano atrás, em janeiro de 2011, escrevi aqui no blog que uma das minhas expectativas para o ano que então se iniciava era o disco que Gal Costa estava gravando com canções de Caetano Veloso. Eu dizia no texto: "Sou fã de Gal desde sempre, e sei que faz muito que ela não nos dá um repertório à altura dos bons tempos de musa tropicalista.(...) Libriana do começo do signo, Gal tem neste ano a chance de uma bela virada na carreira, vide os trânsitos de Plutão, Urano e Júpiter para seu Sol. Estou torcendo por isso." Em dezembro, saiu Recanto, o tal disco. Sim, foi uma bela virada na carreira de Gal. Caetano foi buscar na experimentação tropicalista o tom contemporâneo do disco, que começa chocando nossos ouvidos com um instrumental de base eletrônica, segue estranho no estilo das canções, até nos devolver a arte pura do experimento. Um disco uraniano, renovador, antenado. Depois de nos tirar o chão conhecido onde viajamos com a voz de Gal, o disco nos faz voar nas possibilidades, fica melhor a cada vez que o escutamos. Expectativa atendida, valeu a espera. Salve Gal, salve Caetano!
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Caverna na garganta
Os fãs (como eu) estão ansiosos: foi anunciado pra logo o novo disco do Leonard Cohen, o cantor canadense de 77 anos que segue apaixonando com sua voz sussurrada, quase falada e sempre gutural. Eu adoro ele, como adoro a turma dos cavernosos: Nick Cave, Tom Waits, Van Morrisson, Nasi, Celso Blues Boy... Enquanto não chega o novo Cohen, vamos curtir seu vozeirão em Dance me to the End of Love. Difícíl não virar fã.
Duas lágrimas
O jornalista Daniel Piza costumava render homenagens, em seu blog, a personalidades relevantes recentemente mortas, sempre em posts com o título "Uma lágrima para ..." Meu primeiro post neste ano, aqui, vai como uma lágrima para Daniel Piza, morto aos 41 anos, na véspera do ano novo, vítima de um AVC. Senti muitíssimo. Eu era assíduo leitor de suas opiniões sempre bem fundamentadas no Estadão, fã de sua alta cultura e erudição, que não se encastelava no discurso difícil e pernóstico, e comunicava muito. Li sua biografia de Machado de Assis e gostei demais. Vai fazer falta, o Piza, nesse universo da imprensa fútil, voltada a celebridades efêmeras e mesquinharias. Fica a inspiração de um grande cara, que gostava, como eu gosto, de história natural. Receba de volta sua grande luz, Piza.
E a ceifeira implacável fez outra das suas agora neste mês. Levou também o escritor mineiro Bartolomeu Campos de Queirós, aos 66 anos. Meses atrás, publiquei aqui uma crônica sobre ele, depois de ser arrebatado pelo livro Vermelho Amargo. Por causa desse texto, uma amiga, também fã do Queirós, me presenteou com o igualmente maravilhoso O Olho de Vidro de Meu Avô. Mais prosa poética confessional, mais de uma visão tocante da vida. Para consolo, o Bartolomeu publicou muitos livros, há muito dele para eu descobrir, nesse legado que realmente importa: o das idéias e grandes feitos em benefício da humanidade.
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