Terceira Casa?

No mapa astral, a Terceira Casa é o setor das comunicações e expressões,
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redor, sobre tudo. É isso aqui.







domingo, 17 de julho de 2011

A professora televisão


Nivaldo Pereira
Crônica publicada no Pioneiro, 08/07/2011

No Brasil, onde a educação formal só ganha destaque por deficiências e polêmicas, é curioso observar a função educativa de seu ainda mais importante meio de comunicação, a televisão. Sim, a televisão é professora no Brasil. E seu principal produto em audiência, a telenovela das nove da noite, é o quadro negro portátil que diariamente segura a atenção de alunos de todos os rincões.

Há muito, toda novela traz em seu enredo uma ou várias campanhas sociais, sobre inclusão, denúncia ou mudança de comportamento. Soa bizarro um produto de entretenimento, de base fantasiosa, como a novela, assumir papel tão importante na cidadania. Mais bizarro ainda é a gente legitimar tal magistério eletrônico. Pelo menos a televisão está fazendo algo, pensamos.

Nada contra esse padrão. Pelas evidências, há mudanças significativas na sociedade, ou nas ações governamentais, quando determinado tema é abordado na novela da vez. Nos últimos tempos, por causa da empatia com personagens de novela sofrendo com desatenções e preconceitos, certos tabus sociais ganharam visibilidade e discussão. A trama de agora estampa o tema da homofobia, e antes vieram as drogas, a gravidez na adolescência, a esquizofrenia, a cegueira, as compulsões afetivas, os direitos dos idosos...

Repito: nada contra isso, pois louvo qualquer ação por um mundo melhor. Mas fico incomodado com duas coisas perigosas. Uma é a oficialização da temática social nas novelas: de um lado, vincula ao real o que era para ser mero entretenimento, e de outro, vai atenuando as devidas responsabilidades governamentais com os problemas abordados, além de atestar sua incompetência.

Outra coisa é a real eficiência dessas campanhas, a longo prazo. Novas novelas virão, com outras temáticas. O que de fato muda na sociedade sobre a questão, quando esta já não está no ar? Huumm... Fica parecendo uma grande maquiagem, uma moda do bem, uma ilusão de solução. Trazemos para o real a ficção da novela. E a raiz dos problemas permanece.

Sem querer ser ranzinza, prefiro uma escola forte, professores de carne e osso e novela com cara de novela.

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